Envelhecimento ativo

Envelhecimento ativo e saudável: uma oportunidade!

Introdução

O envelhecimento ativo e saudável é uma oportunidade sustentada em três pilares fundamentais: qualidade de vida, capacidade funcional e participação contínua. Além disso, estes pilares asseguram a promoção de três grandes valores: manutenção cognitiva; mobilidade e funcionalidade; manutenção de papéis sociais.

Qualidade de vida e capacidade funcional

A qualidade de vida é assegurada pelo bem-estar financeiro, pela saúde e pela participação social. Por isso, é essencial adotar hábitos saudáveis desde cedo.

Capacidade funcional e autonomia

Boas condições físicas e mentais garantem a capacidade funcional e a independência. Dessa forma, manter uma rotina equilibrada contribui para um envelhecimento mais ativo.

Participação contínua e inclusão

A participação contínua é ancorada na vida cívica, cultural, económica/laboral, espiritual e social. Estes elementos permitem que a pessoa possa tomar decisões sobre a sua própria vida de forma autónoma e sem dependência.

Como manter a independência

A autonomia permite à pessoa mais velha controlar, lidar com as situações e tomar decisões sobre a vida do dia-a-dia, em conformidade com as suas regras, preferências e estilo de vida. A independência garante a manutenção das capacidades para realizar as atividades básicas da vida diária (ABVD) e as atividades instrumentais da vida diária (AIVD).

As ABVD incluem alimentação, atividade sexual, higiene e cuidado pessoal, higiene sanitária, mobilidade funcional, despir, calçar e vestir. As AIVD abrangem cozinhar, cuidar de animais de estimação, gestão da informação (telemóvel/PC), gestão financeira, gestão e manutenção da saúde, ir às compras, limpar, mobilidade na comunidade, atividades de brincar/jogar/exercitar (como ginásio, localizada, pilates, ioga), descanso e sono, educação informal, lazer e participação social (com pares e amigos).

Estratégias para um envelhecimento ativo

A potenciação da autonomia e da independência das pessoas mais velhas e, concomitantemente, de um envelhecimento ativo e saudável, pode ser assegurada através de socialização, atividades físicas, atividades lúdicas, execução de tarefas diárias, exercitação do cérebro e manutenção de liberdade.

Socializar, fazer e executar

A socialização concorre para manter o cérebro ativo e pode ser desenvolvida, por exemplo, em voluntariado, idas ao café, almoços periódicos com ex-colegas de trabalho.

As atividades físicas ajudam a manter a postura, o equilíbrio, a mobilidade, melhoram a circulação e a respiração, evitam quedas e sarcopenia (perda de massa e força muscular – bíceps, tríceps e quadríceps). Por exemplo, atividades físicas como ioga, pilates, ginástica localizada, hidroginástica, musculação, dança, expressão corporal e artística, caminhada, são práticas que melhoram inegavelmente a qualidade de vida.

As atividades lúdicas, como jogos de grupo, jogos de tabuleiro, jogos tradicionais, leitura e debate livre, música, passeios e rotas culturais, patrimoniais e religiosas, promovem a participação.

A execução de tarefas diárias, sempre que possível e desde que haja garantia de segurança, deve ser estimulada para manter a disponibilidade da pessoa mais velha para a realização das ABVD e AIVD.

A exercitação do cérebro, como voltar a estudar, pode ser uma boa opção, ingressando numa universidade, politécnico, academia ou universidade sénior. No caso da pessoa mais velha não poder sair de casa, deve incentivar-se a leitura, a escrita e o cálculo de forma a manter certas funções do cérebro, como a lógica. A prática de jogos como o xadrez e sudoku (jogo de lógica) são igualmente úteis.

Sei o quero, mas não para onde vou

Por fim, a manutenção de liberdade, um bem imprescindível para se decidir sobre a vida, sobre se se quer ir viver numa ERPI (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas) ou ficar em casa apoiado por cuidadores devidamente qualificados e certificados para o efeito, familiares ou não. Defendemos, claramente, a utilidade de se criarem Bolsas de Cuidadores Locais, com pessoas devidamente formadas e certificadas, sendo ou não familiares, porque ser familiar não é sinónimo de qualificação!

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A liberdade na escolha do estilo de vida

Nunca é tarde para se alterar o estilo de vida de forma a torná-lo mais saudável, nem para assumir uma atitude mais participativa em termos de autocuidado. Em resumo, pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida.

Nunca é tarde para nos mantermos atentos à seguinte questão orientadora de um comportamento responsável em saúde: como envelhecer, saudável?

Abordagem Colaborativa no Envelhecimento ►

Olá, sou Raul Jorge Marques

Geógrafo. Mestre em Geografia Humana - Desenvolvimento Regional. Curso de Sensibilização em Gestão e Inovação Organizacional da Empresa. Pós-graduado em Gerontologia Social e em Gerontologia Clínica. Consultor independente em Desenvolvimento Local/Regional, Prospetiva Estratégica Territorial e Gerontologia. Coordenador Científico do Grupo de Trabalho Envelhecimento Ativo e Desenvolvimento Local da ANIMAR.