Intergeracionalidade

Envelhecimento Ativo e Solidariedade Intergeracional

Envelhecimento ativo em mudança

A atual evolução das ciências permite, cada vez mais, acreditar que vai haver maneira de intervir a curto/ médio prazo no processo de envelhecimento, com o apoio da medicina antienvelhecimento, da genética e da biónica, mas também com uma pedagogia para uma cidadania ativa, que no caso do processo de envelhecimento implica, desde cedo, consciencializar o cidadão e a cidadã para a necessidade de assumir um estilo de vida saudável, com adequada nutrição, suplementação e prática de exercício físico (ajustado à idade e à condição física)[1], de forma a retardar algumas das muitas alterações fisiológicas que ocorrem com o passar dos anos, ao nível da pele, perceção sensorial, capacidade mastigatória, composição orgânica, diminuição da sensibilidade à sede, aparelho digestivo, sistema cardiovascular, sistema respiratório, trato urinário inferior.

Os benefícios da solidariedade entre gerações

Manter uma sociedade envelhecida e o mais ativa e saudável possível implica, necessariamente, responsabilizar também as pessoas pela manutenção de hábitos promotores de uma boa saúde, devendo por isso existir a montante uma pedagogia para o processo de envelhecimento, suportada numa formação específica a incluir nos currículos escolares.

Formação para um envelhecimento saudável

No caso dos adultos, a partir dos 45/50 anos, a formação pode ser ministrada com o apoio das Juntas de Freguesia, Academias/ Ginásios, Universidades Seniores, Associações de Desenvolvimento Local, Misericórdias, Escolas de Formação Privadas.

Como estimular o envelhecimento ativo

Programas específicos na rádio e na televisão podem ser de grande utilidade para as pessoas mais velhas, mais ligadas a estes meios de informação.

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O papel da sociedade na inclusão das pessoas mais velhas

Ao Estado ou aos diferentes Estados, se pensarmos na União Europeia, compete-lhes criar campanhas para o envelhecimento ativo e saudável e condições para as pessoas se manterem em atividade, mesmo para além da idade convencionada para a aposentação e desde que o pretendam, o que passa também pelo combate ao idadismo que tem crescido ao longo do século XXI e que está presente um pouco por todo o lado.

Um exemplo claro de idadismo

A pressão para que pessoas mais velhas se aposentem muitas vezes surge de comentários idadistas, como o testemunho de alguém que trabalhou no setor privado até aos 70 anos e ouviu: “o velho nunca mais se vai embora”! Estas atitudes ignoram os benefícios da interação entre gerações e podem levar muitos profissionais experientes a deixar o mercado de trabalho antes do necessário, mesmo quando continuam intelectualmente ágeis e atualizados na sua área.

Por isso, uma abordagem mais inclusiva e solidária seria a implementação da partilha de horários de trabalho, permitindo que diferentes gerações colaborem e troquem experiências, promovendo um ambiente profissional mais equilibrado e enriquecedor.

Objetivos: Envelhecimento Ativo, Bem-Estar e Inclusão ►


[1] No Japão, o país com maior número de pessoas com mais de 100 anos (86,5 mil em 2021), o Radio Taissô (ginástica por meio do rádio), indicado principalmente para pessoas mais velhas, promove a realização de exercícios simples de respiração e alongamento da cabeça, tronco, pernas e braços. Não sendo exigentes fisicamente trazem obviamente muitos benefícios.

Olá, sou Raul Jorge Marques

Geógrafo. Mestre em Geografia Humana - Desenvolvimento Regional. Curso de Sensibilização em Gestão e Inovação Organizacional da Empresa. Pós-graduado em Gerontologia Social e em Gerontologia Clínica. Consultor independente em Desenvolvimento Local/Regional, Prospetiva Estratégica Territorial e Gerontologia. Coordenador Científico do Grupo de Trabalho Envelhecimento Ativo e Desenvolvimento Local da ANIMAR.